Pensando a influência no Instagram: Nós somos o prato principal.

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A influência está potencialmente ao alcance de todos.

A promessa é a de que não importa quem você é ou o que tenha para compartilhar, sempre haverá alguém pronto a te seguir. Podemos postar nossas vidas e nossos pontos de vista sobre absolutamente qualquer coisa, inclusive todos os produtos que usamos ou somos pagas para usar e falar sobre, desde que isso não seja contra as regras das de cada comunidade, quando estas existem.

Há um quê de assustador nisso. Mesmo o ódio ajuda a alavancar perfis. O cancelamento, que poderia ser entendido como a reprovação pública de alguém, também rende curtidas e engajamento. Contribui para o tempo em que permanecemos conectados, fornecendo dados e conteúdo de graça gerando bilhões em lucros.

O curioso é que o desconforto de Somebody’s Watching Me é o sonho de muita gente. São negócios. Cada postagem é um espaço de sonho e consumo estratégicos na engrenagem capitalista como ferramenta de produção e consumo de bens mas também de imagens de desejo. O Instagram talvez seja a principal plataforma na atualidade onde consumo e sonho se entrelaçam. Trata-se de “trazer para mais perto pessoas e coisas que você ama”.

A origem do nome Instagram que nada mais é que o juntamento de dois termos interessantes, “instant camera” e “telegram” também é um indício de como essa rede funciona. Ou seja, estamos falando de uma câmera instantânea que registra o momento presente e o telégrafo, uma tecnologia de envio de mensagens.

As polaroides eram mais que máquinas fotográficas. Dispositivos que também serviam à apreensão e mediação da realidade, como se pudéssemos entender o que de fato aconteceu há um minuto somente depois de termos nas mãos uma imagem revelada sobre. Já o telégrafo estava intimamente ligado ao código morse. Ou seja, comunicação codificada.

Em outras palavras, o uso do Instagram pressupõe uma compreensão profunda sobre o própósito a ação de influenciar. Meu incômdo é justamente esse. Sobre o que compartilhamos e defendemos nas redes, sobretudo enquanto indivíduos, uma vez que há muito mais em jogo do que servir beleza, como vimos nas legendas do Met Gala.

Valorizar padrões de beleza, felicidade e consumo pode ser muito prejudicial para quem voluntaria ou involuntariamente consome essas imagens de desejo. Postagens onde até mesmo a vulnerabilidade é pensada milimetricamente para ser compartilhada.

Referências

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