Batalha digital | Estratégias de mulheres negras são referência no Curso de Comunicação

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Originalmente publicado em 04/03/2020 no Elas por Elas.

Dríade Aguiar, do Mídia Ninja, e Charô Nunes, do Blogueiras Negras, apontaram caminhos para fazer a disputa da narrativa nas eleições 2020.

Vencer a batalha da comunicação foi o principal tema debatido no I Curso Nacional de Comunicação, realizado de 28 de fevereiro a 1º de março, na Escola Florestan Fernandes. Essa é uma iniciativa da Secretaria Nacional de Mulheres do PT que capacitou mais de 130 comunicadoras populares, de todos os estados brasileiros, por meio de quatro oficinas nas áreas de linguagem, design gráfico, audiovisual e redes sociais. 

Os destaques dos debates foram as estratégias das mulheres negras para disputar os mais variados territórios da comunicação. Dríade Aguiar, comunicadora do Mídia Ninja, destacou que, diante de um contexto tão hostil e diverso, as mulheres negras podem ser o principal referencial de processos criativos para vencer a batalha digital. 

“A saída é coletiva. E não existe ser mais generoso no mundo que as mulheres negras. Podemos aprender muito com elas. Somos capazes de reinventar processos e reinventar soluções o tempo todo”, pontuou Dríade. 

A comunicadora do Mídia Ninja fez parte do primeiro ciclo de debates, realizado na sexta-feira, dia 28. No dia seguinte, Charô Nunes, fundadora do Blogueiras Negras, retomou a reflexão apresentando os principais eixos de articulação e inspiração do Blogueiras Negras: autonomia e memória. Baseada em gênero, raça e autoria, Charô Nunes abordou os aspectos de uma comunicação mercadológica que utiliza as mulheres negras para demonstrarem diversidade, mas não possui mulheres negras na criação da narrativa. 

“A gente não quer uma comunicação, nem um projeto, que a gente aparece bonita na foto, mas não é da nossa autoria. Se não for pra ser dona da narrativa, não interessa”, apontou Charô Nunes, do Blogueiras Negras. 

Charô também trabalhou com exemplo concreto de estratégia: produzir conteúdo em blogs, páginas ou sites próprios, para não ficar vulnerável às políticas duvidosas das grandes empresas de excluir postagens sem aviso prévio. “Ainda que soe ultrapassado, é uma estratégia de autonomia”, reforçou.

Ao longo do curso, as comunicadoras populares puderam levar referências das diversas formas utilizadas historicamente pelas mulheres negras como redes de colaboração e solidariedade mútua, generosidade no partilhar conhecimento e a capacidade resoluta de reinventar processos e soluções para sobreviver e resistir. E o recado de Dríade Aguiar para a organização das mulheres nas redes e nas ruas foi claro:

“Nós estamos sendo atacadas pelo que somos. Ser o que somos é a maior afronta. A gente deve ser o que é nas redes, nas ruas, sem pedir desculpa, em momento algum”

Sobre o  I Curso Nacional de Comunicação, do projeto Elas Por Elas

Realizado na Escola Florestan Fernandes, o I Curso Nacional de Comunicação, do projeto Elas Por Elas, capacitou cerca de 130 mulheres de todos os estados brasileiros, entre os dias 28 de fevereiro e 1º de março.  O curso foi composto de quatro oficinas nas áreas de Fotografia e Vídeo; Linguagem e Redação; Redes Sociais; e Design Gráfico. Essa foi uma iniciativa da Secretaria Nacional de Mulheres do PT que busca fortalecer a participação das mulheres na política.  

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